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Lammas/Lughnasadh: A Primeira Colheita e o Sacrifício do Deus
Celebrado a 1 de agosto, Lammas (ou Lughnasadh) marca o primeiro festival da colheita na Roda do Ano. É o início do outono para os antigos, um momento agridoce de celebração e sacrifício. Na natureza, o calor do verão ainda é intenso, mas os sinais da mudança são inegáveis: os dias começam a encurtar visivelmente e as plantas, especialmente os grãos, começam a secar, prontas para serem colhidas. É um tempo de gratidão pela abundância que a terra nos oferece.
Lammas celebra o grão que morre para que possamos viver, o ciclo do sacrifício e do renascimento.
Na jornada mitológica, este Sabbat reflete o sacrifício do Deus. O Deus Sol, o Senhor da Colheita, que atingiu o seu poder máximo em Litha, agora começa a perder a sua força. Ele sacrifica voluntariamente a sua energia vital, que é derramada sobre os campos para garantir que a colheita seja farta e que a humanidade tenha sustento para o inverno. Ele morre simbolicamente no grão que é cortado, mas a sua essência não se perde. Dentro da Deusa, a Mãe Terra, já está a semente da Criança da Promessa – o Deus que renascerá em Yule.
Tradições e Formas de Celebrar
- Cozer Pão: A tradição mais importante de Lammas. O ato de transformar o grão colhido em pão é um ato mágico que honra o sacrifício do Deus e celebra a abundância.
- Criar Bonecos de Milho ou Trigo: Fazer pequenas bonecas ou símbolos com as palhas do milho ou do trigo para representar o espírito do grão. Guarda-se o boneco até ao Imbolc para ser queimado ou plantado, devolvendo a semente à terra.
- Fazer um Banquete da Colheita: Prepare uma refeição com alimentos da estação, como milho, pão, bagas e outros frutos da primeira colheita. É um momento de partilha e gratidão.
- Refletir sobre os Sacrifícios: Lammas convida-nos a pensar no que precisamos de "colher" e "sacrificar" nas nossas próprias vidas. Que hábitos ou padrões precisam de ser libertados para que possamos avançar?
Lammas é, portanto, um festival de dualidade. Celebramos a vida e a abundância, mas também honramos a morte e o sacrifício, compreendendo que ambos são necessários para a continuidade do ciclo da vida.
